Eudes Alencar
A escola poderia ser um lugar festivo. Encontramos nela um
espaço em que vários personagens interagem, sendo eles o professor, o aluno e a
família. A escola é o universo das relações interpessoais. Nessa universalidade
o professor é a autoridade em relações humanas, isto é, o especialista em
pessoas, educador da inteligência intrapessoal e interpessoal preconizada por Howard
Gardner, o cientista das inteligências múltiplas. Nesse propósito, seguimos a
ideia do professor como um ser existente para dar sentido ao aprender de cada
singularidade presente em sala de aula. Objetivo esse defendido por Henri
Wallon, o teórico desenvolvimentista da educação integral
Nesse sentido, dentre as várias definições do que é aprender
destacamos a aprendizagem do existir humano. Aprendizagem é enfrentar a
separação do que se era (noção do existir), do que se sabia (noção da cognição)
e do que se havia aprendido (noção da mudança). Assim, a existência é um
horizonte de conquistas que exige desapego e a compreensão de que nada é
permanente. Desse modo, diante das possibilidades o poder de sermos está nas
escolhas que fazemos e por consequência daquilo que deixamos de optar.
Em educação
existe a premissa de que para fazermos parte da solução, é preciso aceitar
fazer parte do problema. Dito de outro modo, na Psicologia da Gestalt: “o todo
é diferente da soma das partes”. Sabedores que em cada parte também existe o
todo.
Existencialmente, a vida torna-se
existência quando o ser vivido toma consciência, no presente, de sua
experiência de ser-no-mundo. Por isso, a felicidade está sempre vinculada a
aquilo que nos falta. A experiência de ser feliz não é uma conquista, e sim,
uma busca perene. E sobre a falta ela sempre estará presente pelo fato de
sermos seres finitos e isso já nos remete a ideia de que não temos tempo para
fazer tudo. O sentido da vida é a experiência que temos no nosso modo de
existir e daí surge o significado do viver, que nos mostra a direção como uma
bússola de existência. Desse modo, a espera é diferente da esperança. A
esperança é uma ação para algo se tornar uma realidade, em sentido contrário,
esperar é a incerteza do que se quer. Por consequência, para a esperança começar
a espera precisa terminar. Dentro disso, é necessário saber se vivemos
condizente com a esperança ou estagnados na espera. Por isso, muitos podem
viver uma existência sem esperança. A vida é experienciar aquilo que vivemos no
presente e não buscar, no futuro, aquilo que ainda não sabemos se será presente
um dia. A vida é o aqui-e-agora, o tempo presente no real e não um ensaio de
algo que não existe. Ou seja, o presente é a única coisa que temos por isso nem
o perdemos e nem seremos por ele abandonados.