Sofrimento

• Nem todo sofrimento vivido pelo indivíduo é originário nele. Considerando-o como ser relacional, seus sucessos e fracassos devem ser compreendidos com o outro e com a cultura.
• A Gestalt-terapia concebe o processo de saúde/adoecimento como um fenômeno do campo.
• Somente a interação do organismo/ambiente constitui a situação psicológica, e não o organismo e o ambiente tomados em separado (Perls, Hefferline e Goodman, 1997)
• O sintoma é tanto uma expressão de vitalidade quanto uma "defesa" contra a vitalidade (Processo depressivo em Gestalt-terapia).
• A intenção da terapia gestáltica é permitir que a pessoa possa se dar conta da relação de totalidade que há entre ela, seu organismo, suas emoções, suas expectativas e as próprias crenças que tem orientado sua vida (Schnake, 1995).

Esquizofrenia

• A Esquizofrenia indica separação. Exprime contato com a realidade e uma outra realidade que somente a pessoa com diagnóstico de esquizofrenia pode acessar. Consequentemente, vive a experiência de dois mundos: O mundo psicótico e o mundo real.
• A pessoa com diagnóstico de esquizofrenia não suporta o mundo real em que vive e dessa forma, transborda para o mundo psicótico. Paradoxalmente, o mundo real insuportável, redutor e que encarcera o sujeito, suscita como passagem para o mundo psicótico.

Borderline

Borderline consiste em uma desordem pré-psicótica. Uma pessoa com diagnóstico de Borderline apresenta estado de convívio social, como também, situações comportamentais psicóticas. Dentre outras características, manifesta manipulação afetiva, emocional e situações de automutilação. Contudo, o risco de suicídio é menor do que a pessoa com diagnóstico de esquizofrenia. Geralmente, podem ter sofrido abusos sexuais. Na base do processo, a pessoa com borderline, apresenta uma rejeição repetida.

Perspectiva fenomenológica: Depressão, como "inibição do Devir"

• O espaço do deprimido tende a ser vivido como desesperadamente vazio.
• A depressão é um vivido de impotência; ou seja, de se colocar para baixo.
• Um deprimido que imagina a cura como possível, não é, ou não está, totalmente deprimido (Tatossian).
• O deprimido se confunde com seu estado depressivo; uma parte integrante de si, e então, um estado permanente e irreversível.
• Diferente do deprimido, a pessoa triste distingui sua tristeza de si, experimenta a tristeza como qualificação e potencialmente reversível.
• Somente a novidade é nutritiva e amplia o campo de contato.
• A depressão exprime inatividade, impotência, dores psíquicas e contraturas dos músculos que contribuem para um envelhecimento "muito real", que a cura terapêutica faz desaparecer.
• O Corpo depressivo figura um paradoxo: preso onde está incapaz de se projetar no mundo, mas também suspenso de alguma forma no ar, privado de qualquer ponto de ancoragem, onde possa agir no e sobre o mundo.
• Deprimido sinaliza uma sensação em si, no mundo e nos outros.
• O depressivo traz a sombra de um passado sob a forma de arrependimento, de escrúpulos e de remorso.

Vídeo: Pessoas que sofrem com depressão

Angústia, ansiedade, depressão

• Angústia é a tentativa de ser você mesmo.
• Quando as escolhas divergem os sintomas aparecem.
• O sintoma expressa a vivência não organizada pela ausência da angústia nutritiva, saudável e pelo contato de voltar a ser nós mesmos. Assim sendo, não é necessariamente sofrimento.
• Angústia é a busca de ser aquilo que me é nutritivo.
• Realizar é me tornar real, existente. Quando é possibilidade é angústia, quando é realidade é existência de ser real e existente.
• Ao escolher a angústia se torna existência (fado), isto é, peso existencial.
• Ser eu mesmo implica em uma escolha.
• A evitação da angústia produz sintoma, ou seja, a tentativa desorganizada de ser eu mesmo.
• A ansiedade é a tentativa de realizar um projeto, de ser alguém que você não é. 
• A ansiedade é uma produção existencial de realizar a expectativa de alguém. Dito de outro modo, a ansiedade é uma esquiva da angústia.
• A Depressão exprime tristeza profunda e persistente sem motivo específico.
• Enquanto psicoterapeuta interessa investigar como é a experiência do vivido da depressão (afundamento). Dessa maneira, o afundamento é o peso que está sobre mim, sendo maior que o suporte que tenho para lidar. Em consequência, a falta de suporte é o contato precário. Assim sendo, terapia é o suporte para você viver a sua vida. 

Psicopatologia fenomenológica, doença,

• A psicopatologia fenomenológica não vai dizer o que é uma doença, mas como é (descreve).
• Em Gestalt-terapia utilizamos a psicopatologia fenomenológica como descrição da experiência (método), e não como classificação.
• Doença em Gestalt-terapia manifesta a interrupção do processo de saúde. Isto é, o adoecimento. Dessa forma, saúde é o processo nutritivo.
• Ansiedade representa a forma repetitiva e padronizada de interrupção da saúde.

Transtornos, clínica fenomenológica

• Transtornos são estados prolongados, e não um evento isolado.
• A Gestalt-terapia  entende o adoecimento a partir da clínica fenomenológica.
• A Gestalt-terapia possui uma compreensão de fenomenologia.
• A Neurose é um estado de sofrimento persistente. Assim como, repetição de um padrão de comportamento.

Mecanismo neurótico (Estratégia defensiva)

• Neurose expressa a formação de sofrimento.
• A neurose indica um modo de existir de evitação do sofrimento. Quer dizer, gera sofrimento pela perda de contato nutritivo.
• Realização significa atender minhas necessidades. Ou seja, o não adoecimento.

Psicopatologia

• Quem faz psicopatologia são os psiquiatras.
• Psicopatologia como ciência dos transtornos mentais (Jaspers). Isto é, teoria.
• Psiquiatria significa aplicação clínica da psicopatologia.
• A clínica psicológica está vinculada a clínica psiquiátrica por meio da psicopatologia.
• O diagnóstico em psiquiatria é a observação clínica dos sintomas e a classificação dentro de um quadro nosológico.
• A psicopatologia não é uma área da psicologia.
• A psicologia faz terapêutica clínica. 
• A psicologia quer da psiquiatria o diagnóstico e a medicação.
• A psicopatologia enquanto teoria do adoecimento. Ao estudar psicopatologia entendemos o adoecimento. Dessa forma, os psicólogos utilizam a clínica terapêutica.

Ser terapeuta

Ser terapeuta

• Presença
• Inclusão
• Oportunidade
• Confirmação ao cliente: "Você pode ser você". Ou seja, confirmamos o outro no processo de tornar-se ele mesmo.

Psicoterapeuta, empatia, vivido

Processo Psicoterápico em Gestalt-terapia: "Em psicoterapia procuramos a instigação de situações inacabadas na situação atual, e por meio de experimentação atual com novas atitudes e novos materiais da experiência do dia-a-dia concreto, visamos uma integração melhor" (Perls, Hefferline e Goodman, 1997, p.48)

Empatia: Compreender de maneira adequada a experiência do outro.

Gestalt-terapeuta:

• A minha compreensão, enquanto psicoterapeuta, faz com que o campo de meu cliente amplie.
• A melhor forma de ser psicoterapeuta é ser presença no vivido do cliente.
• Ser psicoterapeuta é ser presença autêntica ao outro
• Ser psicoterapeuta é fundamentalmente ser você, mesmo na sua concepção epistemológica, filosófica e metodológica.
• A atitude fundamental de um Gestalt-terapeuta é o aqui-e-agora. Ou seja, trazer para a atualidade da experiência o que está sendo vivido.
• Presença (aqui-e-agora) significa interesse.
• As Gestalts ficam abertas porque não experimentamos a vivência.

Contatos, retirada

• Contato final representa o aproveitamento da própria energia para usufruir da conexão com o outro.
• Satisfação sinaliza o objetivo cumprido, assim sendo, a constatação da superação da necessidade.
• Contatos positivos levam à saúde mental.
• Retirada consiste na ideia de que a separação é possível e necessária. Consequentemente, sair das coisas aceitando as diferenças e a si mesmo como diferente das coisas.

Consciência, mobilização, interação

• Consciência indica dar-se conta de si mesmo de maneira clara e reflexiva. Desse modo, estando mais atento ao que ocorre em volta de si.
• Mobilização refere-se a percepção da necessidade de mudança, isto é: ação.
• Interação denota aceitação da necessidade do outro de maneira recíproca e natural, desse modo, estabelecendo efeito da troca.

Fronteiras

• A fronteira de valor é a adesão rígida a sistemas de valores como: familiares, grupais, religiosos e políticos.
• Fluidez significa estado de abertura. Ou seja, um processo pelo qual movimento-me, renovo-me e sinto-me mais importante.
• Sensação exprime a identificação da necessidade organísmica. Portanto, mais atento aos sinais que o corpo manda ou produz.

Awareness, contato

Awareness: 

• Necessidade (quero, posso, mereço)
• Presentificação
• Responsabilidade (Respondo pela minha necessidade)
• Fronteiras do EU: Capacidade intensa de assimilar experiências novas ou intensificá-las.

Medo de mudança:

• Consciência do corpo: partes podem ser conscientes e outras restritas, ficando fora do senso de si.

Fronteira do contato:

• O que diz a relação com o nosso corpo?
• O bom contato (relação)
• O bloqueio de contato, evitação de contato (Interrupção)

Contato, cuidado

• Cuidado: presença autêntica ao outro
• Presença a si, depois ao outro.
• Somos temporalidade porque somos lançados no tempo de presença para o FINDAR.
• O contato é vitalizado para nós. Contato quase sempre significa toque.
• Ver, ouvir, provar, tocar, cheira, falar, mover-se: É por essas funções que o CONTATO pode ser conseguido. Portanto, é pela perturbação dessas funções que o contato pode ser bloqueado, ou seja, evitado.
• Uma palavra bem colocada pode ser tão tocante quanto um afago físico.
• Todo contato nasce de uma perturbação da homeostase (Biodinâmica).

Angústia, findar, existência

• Angústia é a tentativa ou necessidade de ser você mesmo.
• O processo de ansiedade é o fugir da angústia, ou seja, é o sintoma do não ser.
• Angústia é o não poder tudo.
• A clínica psicológica é a clínica da angústia.
• Findar: fim da existência
• Vir a ser = possibilidades.
• Existir: viver para as possibilidades.